Vamos aprofundar nestas perguntas de Tony
Parsons. Alguns me pediram para comentar este card, então vamos
lá...
Vamos imaginar que neste instante esquecemos nossos
nomes, nossa profissão, nosso passado, família, país, cultura, esquecemos onde
estamos, onde moramos, esquecemos de todos os conhecidos, tudo tudo tudo...
Somos uma folha de papel em branco... completamente
em branco, sem qualquer referência de nada nem de ninguém...
Perdemos nosso passado, todas as nossa memórias,
todos os casos, todas as cenas, tudo o que já vivemos, e todas as pessoas que
já conhecemos...
Nenhuma escola, nenhuma casa, nenhuma propriedade,
nenhum sonho, nenhum projeto, nada nada nada...
Se fizermos esta experiência veremos que não temos
mais nenhum ponto em que nos basear. Não temos nome, não temos profissão, não
temos nem mesmo uma nacionalidade que nos dê alguma referência...
Mesmo sem nada, nada mesmo, ainda existimos! Ainda
somos!
Existe 'algo' que não depende de nenhum nome, de nenhum conceito, de nenhuma definição, que permanece...este algo que é mais uma dimensão nos dá a certeza absoluta que existimos!
Existe 'algo' que não depende de nenhum nome, de nenhum conceito, de nenhuma definição, que permanece...este algo que é mais uma dimensão nos dá a certeza absoluta que existimos!
Eu existo!
Posso não saber que sou, onde estou, para onde vou,
o que estou fazendo aqui, nem de onde vim, mas tenho em mim a certeza que
existo!
Isso é fato! Isso é real!
Mesmo que diga, 'eu não existo!' ou ' eu não sou
nada!', pergunto: quem está dizendo isso? Como ninguém, nada, podem afirmar
alguma coisa?
Os mestres usam este paradoxo para nos apontar a
existência de 'algo' por trás de toda experiência, por trás de todo conceito,
existe sempre 'algo' que é permanentemente presente, é algo que observa tudo
acontecer... algo que precisa existir e permanecer apesar de todos os eventos
que estão constantemente mudando...
Este algo é indefinível. Impossível de se
descrever, somente quando experimentamos, isto é, somente quando abandonamos
todas as identificações passageiras, os conceitos, as memórias e histórias,
percebemos que 'algo' permanece, sem nome, sem história, sem nada, mas temos a
certeza apenas que existimos!
Isso é tudo!
Neste existir está a chave de tudo o que os mestres
nos apontam. A essa consciência de que existimos deram o nome de Ser, por trás
de toda experiência, é a presença por trás de tudo o que acontece.
Quando investigamos conscientemente, vemos que esta
certeza existe, pode não ser uma 'coisa', porém é uma presença...
Mesmo aqueles que me escreveram dizendo-se 'nada',
dizendo-se 'ninguém', ainda assim estão presos aos conceitos de 'nada' e de
'ninguém'...
Esta pergunta de Tony é a pergunta que aponta para
o Ser... para a essência que está além das aparências, além dos conceitos, e a
resposta é uma não-resposta, já que é mais uma experiência, vivenciada no
silencio, vivenciada no amor essencial.
Quando nada somos é que tudo somos...
Quando perco todas as referências, nenhuma
referência mais me cabe...
A meditação é a porta... Mergulhar no silencio
profundo do coração e abandonar todas as histórias, memórias, problemas,
passado, futuro, nomes, formas, pessoas, tempo... tudo...
Neste silencio, facilmente, esta verdade nos é
revelada, ela vêm a nós.
Doce, simples, e sem nenhuma resposta, somos
acolhidos, somos descobertos, e nesta descoberta descobre-se a tudo e todos sem
nada dizer...
Quem é você sem suas memórias e sem suas histórias? ;)
Experimente!!!
Namastê
Amidha Prem
- Extraído do site: Ventos de
Paz
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